terça-feira, 29 de setembro de 2009

CICLOTURISMO NA ESPANHA: Caminho de Compostela


DUAS MULHERES E UM CICLOTURISMO PELO URUGUAI: Parte IV











Montevideo - Canelones

Na manhã seguinte ficamos procurando o senhor Alfonso para nos despedirmos, mas não o achamos. No fundo ficamos felizes, pois ele iria falar historias sem pé nem cabeça durante horas e este não seria o dia para isso. Nesse dia planejamos ficar em algum camping com um pouco mais de infraestrutura para poder tomar banho e curtir mais da praia. Seguimos para Las Toscas, um local que queríamos conhecer desde que o vimos no mapa, nos sempre dissemos que somos toscas, algo rústicas. O nome faz sentido, toscas em espanhol, significa pedra, portanto algo não polida, ou seja essencialmente tosco. Las Toscas representa um ponto na costa do Rio de La Plata, onde o rio começa a se misturar com as águas oceânicas. As praias têm ondas maiores e a areia contem menos lama. Nesta região encontramos mais opções de camping e optamos por ficar no “Las Toscas”. O dono, um senhor muito simpático nos expressou a sua paixão pelo Brasil e por sermos “brasileiras” nos fez um bom desconto. Eu gostava do fato de ser confundida de brasileira, o qual não é mentira, pois sou mesmo de coração. Depois de montar o acampamento fomos pedalando para a praia, mas agora com as bikes sem nenhum peso, e aproveitamos um delicioso dia, assim como qualquer outro simples turista.

Cada dia que ficávamos num lugar com infraestrutura tínhamos maior chance de fazer um jantar mais caprichado. Podíamos comprar mais legumes frescos, queijos, iogurte e alguma carne. A melhor parte era a sobremesa e a Cacau ficou fascinada com um tipo de sorvete que tem no Uruguai, o “sorvete de sanduíche”. Esse dia em Las Toscas fizemos boas refeições.

Distancia do percurso: 51 km
Dias de percurso: 1. Tempo de pedal: 3h23min.
Observação: caminho sossegado


Canelones - Maldonado

Saimos tarde de Las Toscas. O percurso não teve um rumo determinado e fomos pedalando até acharmos uma localidade que gostássemos. Assim logo após atravessarmos o limite estadual de Canelones e Maldonado chegamos em Piriápolis, uma cidade com bastante infraestrutura turística, típico do Estado de Maldonado. O camping “El Toro” oferece conforto, tranqüilidade, piscina, vendinha no local e o melhor preço da viagem, apenas seis reais a diária. Resolvemos dar um tempo, ficar mais um dia para descansar o corpo, lavar as roupas e passar o ano novo neste esplendido local.

Ficamos muito surpresas e maravilhadas com a tranqüilidade dos uruguaios. Chegávamos nos campings lotados, famílias inteiras com crianças e cachorros acampando em um total sossego, ninguém incomodava com som alto ou bagunça. Logo descobrimos que grande parte dessa atitude vem do ritual de beber mate, quase exclusivamente o dia todo, era difícil ver alguém consumindo bebida alcoólica. Tudo isso resultava perfeito para a nossa jornada ciclística, era um paraíso.

Distancia do percurso: 65 km
Dias de percurso: 2. Tempo de pedal: 5h30min.
Observação: incluindo um dia sem pedalar

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Duas mulheres em um cicloturismo pelo Uruguai - Parte III: San José – Montevideo
















Depois de 3 dias de pedalada e sem tomar um verdadeiro banho chegamos ao Departamento de Montevideo. Para chegar à cidade de Montevideo é preciso atravessar uma grande ponte, teoricamente proibida para ciclistas. A chegada na cidade foi com muita emoção, e com o pneu traseiro da minha bike furado. Mas para a nossa surpresa demoramos apenas 20 minutos para resolver o problema. Enquanto nos empenhávamos na tarefa de trocar o pneu chegaram dois rapazes que perguntaram se necessitávamos de ajuda. Os uruguaios são pessoas muito simpáticas, cordiais, gentis e sumamente prestativas. Esse intercambio cultural foi de valiosa ajuda, um deles nos deixou um mapa de Rutas, o qual ajudaria bastante o nosso percurso futuro. Almoçamos no famoso “Mercado del Puerto”, um lugar for export, mas valia à pena gastar dinheiro e experimentar uma carne uruguaia. Montevideo é uma cidade fascinante, belíssima arquitetura e quilômetros de rambla (orla), a maior costa do Rio de La Plata – talvez por isso tenha sido escolhida como a “Capital administrativa del MERCOSUL” além de ter sido declarada como uma das capitais mais seguras do mundo - Uma pessoa que mora em Montevideo pode até não ter dinheiro para sair de ferias, mas isso não é transcendente, ela pode desfrutar das praias apenas tomando mate e comendo empanadas todos os dias.

Planejamos a viagem para não ter que dormir nenhum dia em albergue ou hotel. A nossa meta era poder acampar todos os dias e estar em harmonia plena com a natureza. Mas, uma cidade grande como Montevideo não se ajustava a esse nosso desejo. Enquanto atravessávamos a rambla de Montevideo, a camiseta do Brasil que a Cacau estava levando salvou a nossa noite. Um casal curioso nos parou gritando – Brasil!- eles tinham morado aqui e ficaram entusiasmados com a nossa viagem. Eles indicaram um bom lugar para acampar, mais longe da cidade. Rumo a Carrasco, pouco depois da saída do Departamento de Montevideo e entrando em Canelones, achamos esse lugar por volta das 20h. Os dias nessa estação são longos, só anoitece às 21h30min. O local era um semi-camping e lá vivemos a situação mais bizarra de toda a nossa jornada. Um casal de velhinhos administra o local e o senhor Alfonso, não batia bem da cabeça, mas isto quando ele não queria, nos deixou malucas, andando de um lado a outro, até ele escolher o “melhor” local para ficarmos; ele era realmente muito engraçado. Mas como isso era um semi-camping, não tinha chuveiro e lá estávamos as duas sujas e mais um dia sem tomar um verdadeiro banho, mas isso ficou em segundo plano, pois foi à melhor noite de sono.



Distância do percurso: 60 km

Dias de percurso: 1. Tempo de pedal: 5h.

Observação: vento contra constante

BARRACAS SOLO PARA CICLOTURISTAS


 
 
Ferrino Lightent 1

Bivak Trilhas e Rumos

Comet Manaslu

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO
Todas as marcas estudadas são vendidas no Brasil sendo que duas delas são produzidas no país.
AS MARCAS

Ferrino (Itália): Lightent 1
Trilhas e rumos (Brasil): Bivak 1
Manaslu (Brasil): Comet
ESPECIFICIDADE DE USO

Cicloturismo

Lightent 1
Bivak 1
Comet
COMPRIMENTO (CM)220 245220
LARGURA (CM)0,95 (*145)0,90 (*145)100
ALTURA (CM)0,750,800,84
PESO (KG)1,451,72,34
IMPERMEABILIZAÇÃO3.000 mm coluna d'água2000 mm coluna dágua
COSTURAS SELADASsimsimsim
SOBRETETOAluminizadoPoliéster emborrachado
VARETASduralumínioalumínioalumínio
MOSQUETEIROsimsimsim
INTERNOBolsos e porta lanternasBolsos Bolsos e porta lanternas
ESPEQUESalumínioaçoalumínio
VENTILAÇÃOSistema "câmera air"Ventilação lateraltelas laterais
Preço ($) 28/09/2009225,00154,95
* largura total da barraca montada

sábado, 26 de setembro de 2009

XTRACYCLE: Uma alternativa no cicloturismo


Muitos praticates de cicloturismo ainda não conhecem esse desenho de bicicleta muito utilizada nos USA, onde foi criada por um estudante universitário com aventura nas veias abertas  pela américa latina. Muitos leitores deste post talvez já tenham tido contato com o termo "long bike". São termos semelhantes para indicar bicicleta com quadro rígido extenso entre os eixos frontal e traseiro. Tais bicicletas tem grande capacidade de transporte de cargas e foram criadas por surfistas para o transporte de suas pranchas. É comum existir universitários aventureiros que realizam viagens pelos USA, bem como, fazendo suas próprias mudanças utilizando a capacidade da xtracycle. A grande diferença está na possibilidade de montar uma Xtracycle a partir de uma bicicleta convencional, usando apenas o suporte adaptado na parte traseira da bicicleta, diferentemente das bicicletas long que são construídas em quadro rígido mais largo.

Especificamente o termo Xtracycle foi criado por uma cara chamado Ross Evans na primavera de 1995, diante de uma necessidade ocorrida nas suas viagens em especialmente na América Central.
Para a criação desde conceito, Ross fez o seguinte questionamento.

"Qual é o mais barato, leve, simples, manobrável, mais adaptável e mais forte forma de transporte de carga como uma bicicleta?" Durante os quatro anos seguintes, prosseguindo graduação em Engenharia Mecânica e Estudos Latino-Americanos, Ross trabalhou em responder a essa pergunta.

Ao final Ross conseguir chegar em uma desenho capaz eficiente para responder as perguntas iniciais de 14 anos atrás e hoje a empresa vende para o mundo inteiro, mais que um produto é um estilo de vida Xtracycle.
Veja algumas imagens retiradas da internet demonstrando o uso do conceito Xtracycle. Segue também o link direto da empresa.

Duas mulheres e um cicloturismo no Uruguai: Parte ll COLONIA – SAN JOSÉ














Por: Marisa Nicolás e Claúdia Melatti

Pegamos a ruta 1 e atravessamos o Departamento de Colonia passando pela cidade de Colonia Valdense. Essa região é famosa pelos queixos artesanais, chamados de «tipo colonia». Encontramos uma vendinha para comprar um desses queixos e conversamos bastante com o proprietário, um homem de mais de 60 anos que já tinha feito a “vuelta ciclística de Uruguay” várias vezes. O dia de sol sob um caminho pouco ondulado foi um sossego para pedalar. Apesar disso, eu sofri uma queda numa descida, quando esquecendo o peso da bike, atravessei por cima de um monte de areia. Nada grave, apenas uma chamada para prestar mais atenção no futuro. Essa noite fizemos um acampamento selvagem dentro de um bosque de eucaliptus, a 3 km da saída de Colonia Valdense.


O percurso do dia seguinte foi mais pesado e monótono. A Estrada estava com muito tráfego de carros turistas e o sol demasiado forte. Chegamos ao final da tarde na cidade de Libertad. Um vilarejo tranqüilo onde conseguimos acampar em um parque público. Um grupo de meninos ficou fascinado com a nossa presença e nós com eles. Percebemos como a educação fundamental é de alto nível no Uruguai, as crianças nos ensinaram a geografia do país e mostraram os caminhos que poderíamos pegar no mapa. Descobrimos que o mate, o equivalente ao chimarrão, é mais do que uma bebida, é um ritual que começa desde criança. Ficamos horas conversando com eles e bebendo mate.

A costa uruguaia do Rio de La Plata esta muito bem planejada e existem vários balneários e campings ao longo do caminho. Queríamos ir numa dessas praias e assim, depois de deixarmos à tranqüila Libertad partimos rumo a Playa Pascual. Tarde de descanso numa praia de areia e águas limpas do Rio de La Plata. Pode-se constatar, realmente, que ele é um rio bem largo, pois o horizonte fica sempre muito distante. Grupos de jovens chegavam de bike e juntavam todas elas num equilíbrio perfeito. Esse foi um dos mais belos finais de tarde com cinematográfico e espetacular pôr do sol. A anedota do dia foi que os guarda-vidas da praia deixaram a gente pousar na construção rústica da prefeitura. Assim ficamos segundo a Cacau, “acantonadas” no prédio da prefeitura de Playa Pascual.



Distância do percurso: 167 km

Dias do percurso: 3. Tempo de pedal: 12h:40min.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DUAS MULHERES E UM CICLOTURISMO PELO URUGUAI









Ao sul do Brasil, uma planície descontinua refugia uma sociedade culturalmente homogênea numa paisagem de clima temperado. O Uruguai localizado na região de transição entre o maciço brasileiro e as pampas argentinas desenvolve-se entre suaves ondulações atravessadas por rios e lagunas. Um país quase totalmente rodeado de águas, apenas ao norte, a maior parte da fronteira com o Brasil demarca-se em terra. Um dos seus maiores atrativos é, sem dúvidas, a costa baixa e de areia que se estende sobre o Rio de La Plata e o Oceano Atlântico e chega até o Chuí, a cidade mais ao sul do Brasil. Atravessar essa costa pedalando foi a nossa escolha de viagem de final do ano. Percorremos 737 km em 12 dias de pedal atravessando cinco Estados (Colonia, San José, Maldonado, Canelones e Rocha) por estradas muito turísticas, porém com uma fantástica acolhida popular. Pedalar pelo Uruguai pode ser uma jornada imperdível para um cicloturista, o segundo esporte nacional, depois do futebol, é o ciclismo.


Buenos Aires – Colonia

O ponto de encontro e de partida foi Buenos Aires, onde em 24 de dezembro pegamos o Buque Bus para atravessar o Rio de La Plata rumo a Colonia del Sacramento. O inicio da viagem teve alguns imprevistos com a minha bicicleta. Esta não era a nossa primeira viagem de bike, mas sim a primeira vez que eu carregava a bicicleta de avião. A noite prévia à partida de barco descobrimos que o cambio traseiro tinha quebrado durante o transporte. O único que restava fazer era levar a bicicleta dentro da mala-bike e encontrar uma bicicletaria aberta no Uruguai - na véspera do natal -. A viagem de barco pelo Rio de la Plata durou três horas e ao chegar em Colonia del Sacramento felizmente o universo conspirou a favor e no final da tarde, já estávamos descobrindo a cidade das bike. Colonia del Sacramento foi fundada pela ambição dos portugueses em 1680 e ainda mantém esse belo refúgio histórico entre as suas ruas de pedras e prédios antigos. Acampamos na noite do 24 de dezembro no camping municipal a poucos metros do rio. Entre os fogos de artifício fomos dormir e na manhã seguinte de natal iniciamos a nossa jornada.



BIOGRAFIA
Marisa Fabiana Nicolás é natual da Argentina, morando no Brasil desde 1994. Bióloga com Doutorado em Genética pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e desde Janeiro de 2005 trabalha no Laboratório de Bioinformátia no LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) em Petrópolis, RJ. Cicloturista e excursionista desde 1999.

Claudia Melatti “cacau” é natual do Rio Grande do Sul mas vive em Londrina, PR desde adolescente. Mestranda em Geografia pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) e empresária, proprietaria de uma loja de equipamentos de aventuras e escaladas. Cicloturista e excursionista aproximadamente desde 1994.

Em breve: Colonia – San José

DUAS MULHERES E UM CICLOTURISMO PELO URUGUAI









terça-feira, 22 de setembro de 2009

SE NO BUSÃO TÁ APERTADO... DE BIKE É SUSSEGADU!!!!



Hoje 22/set é organizado em várias cidades do mundo e inclusive no Brasil, o dia sem carro. Foi a primeira vez que participo dessa atividade, foi interessante e voltarei a participar novamente. A concentração foi na Reitoria da UFPR, após a apresentação de maracatu as bikes realmente começaram a rodar pelas ruas e foram chamando atenção das pessoas no comércio, cursos e pedestres. Nesse passeio, o foco principal é chamar atenção dos usuários dos automóveis e sensibilizar a todos para uma nova alternativa na mobilidade urbana nos grandes centros.

Não se tratava de um passeio noturno de bicicletas, mas de uma manisfestação de cicloativistas pela mobilidade da bicicleta e não continuar demonstrando a bike não como um brinquedo de lazer, mas como um meio de transporte sustentável e viável para muitos dos problemas encontrados nas grandes cidades brasileiras.

É pertinente citar, que a bicicleta não é a salvação do transito no país, contudo é uma alternativa viável para as cidades, quando se deseja minimizar os impactos causados pelos automóveis nas cidades.
Com frases de impactos, o cortejo foi seguindo pelas ruas centrais da capital curitibana, fechando as travessas e promovendo um brarulhaço em todos os locais.

Um dos pontos altos do evento foi entre as Av. Quinze de novembro e Mal. Deodoro onde foi realizado uma grande parada "mandala" impedindo a circulação dos carros para a expressão da causa. Depois houve também uma parada na boca maldita, rua Tibagi com a Av. Visconde de Guarapuava e finalizando da minha parte... em frente a prefeitura municipal de Curitiba.

Deixo o link dos organizadores da mobilização da atividade para busca de maiores informações.

http://artebicicletamobilidade.wordpress.com/
http://bicicletadacuritiba.wordpress.com/
http://www.transportehumano.com.br/

sábado, 19 de setembro de 2009

NA INCERTEZA, CARREGO MINHA MALA-BIKE



Está é uma boa opção para quem não deseja passar por constrangimentos antes de embarcar, principalmente diante da falta de critérios para o transporte da bicicleta em ônibus em todo o térritório brasileiro. É rápido e não requer tantos ajustes na bicicleta para inseri-lá dentro do mala bike.

No mercado, existem modelos diferentes e com similar objetivo, transportar a bicicleta com relativa segurança. Apenas tomar nota que a mala bike com essas caracterísiticas são especificas para o transporte rodoviário, para levar em viagens áereas, o ciclista deverá prover de proteções adicionais.

Nessa foto ilustrativa foi apenas retirado as rodas, contudo o bagageiro dianteiro e traseiro permaneceram na bicicleta, bem como os paralamas. Em consequência da falta de tempo para a experimentação antes do embarque, acredito que seria possível a bicicleta ter entrado na mala com a roda traseira, apenas sendo necessário a retirada da roda da frente, mesmo com os bagageiros e paralamas.

Espero no futuro testar melhores modos de carregar a bicicleta dentro do mala bike, aguardem os próximos posts com esse tema.