domingo, 25 de maio de 2008

COMIDA PARA VIAGEM


O objetivo deste artigo é procurar incentivar as pessoas a adotarem bons hábitos alimentares durante suas viagens de aventura, sendo importante para nutrição, auto-estima e sociabilização os indivíduos, seja no camping com os amigos, no acampamento com os parceiros de viagem ou solo. É o momento de pensar em outras coisas importantes para o seu bem estar e das pessoas que estão compartilhando o momento com você. Sempre preparo minha comida e as vezes faço grandes amizades em volta da fogueira. Esse é um momento que procuro unir as pessoas ou os seus pensamentos para fortalecimento do que virá em seguida. Faça essa receita em casa inicialmente, como forma de familiarizar e decorar com os ingredientes e sua performance com o prato, depois é planejar a viagem.
INGREDIENTES:
filé de peixe (qualquer um)
batatas cortadas em rodelas finas
cenouras em rodelas finas
cebola em rodelas
tomate em rodelas
dente de alho fatiado
Sal e pimenta do reino a gosto
Suco de um limão
1 pouco de óleo por cima...

MODO DE PREPARO:
Limpe o file com água e limão;
Procure colher folhas de bananeira para forrar a grelha, que pode ser de pauzinhos de madeira ou especifica de metal (eu tenho uma que mandei fazer, ficou do tamanho de um caderno universitário, é fácil de carregar, tanto na mochila como no alforge).
Muito cuidado durante a busca das folhas de bananeira, devido a presença de uma aranha chamada armadeira (banana spiders).
Prepare tudo sobre a grelha forrada com as folhas ou papel alumínio, detalhe quanto maior for os pedaços dos legumes, maior será o tempo de cozimento, porém a carne do peixe não poderá ficar cozinhando por muito tempo.
Coloque uma fila de legumes na primeira camada e depois o peixe por cima, em seguida cubra a carne com o restante dos legumes.
Faça uma bolsa bem fechada dos legumes e peixe, pois o objetivo é cozinhar a comida na folha da bananeira num tipo de forno.
Não deixe a grelha muito próxima do fogo, pois poderá pegar muita fumaça* e passar o gosto para os alimentos e pior, os pauzinhos da grelha podem queimar, e a comida cair na fogeira.
Se você não tiver os legumes, não faz mal, poderá fazer da mesma maneira, apenas com sal, principalmente com peixe fresco. (fiz isso em Superagui na praia deserta).
É muito importante a boa alimentação durante a viagem e você mesmo poderá fazer a comida, levando pouca coisa e gastando quase nada. Essa comida é fonte rica de carboidratos dos legumes, proteína e gordura do peixe.
Bom apetite.
* galhos e folhas verdes fazem muita fumaça.

sábado, 24 de maio de 2008

MALABIKE V8 CICLOTURISMO




É uma malabike que oferece praticidade e segurança sem perder a resistência, conseqüência da constituição do tecido, tornado o equipamento compacto e leve. A malabike pode ser utilizado de modo convencional ou alternado, ou seja, existe a possibilidade de ser transportado durante a viagem, oferecendo ótima opção para roteiros de transporte combinado.

Algumas das características da malabike V8
Corpo em poliéster 600D
Alças centrais e laterais de nylon
Presilhas de nylon
Costuras seladas
Tecido resistente a água
Leve e compacta
Bolso interno para ferramentas e peças
Base da malabike reforçada duplamente (poliéster 600D)
Bolsa de roda
Zíper de cursor duplo
TAMANHO
92X120X25 cm
COR
Preto
Combinação das cores acima descritas
PESO
1500 KG

ALFORGES V8 CICLOTURISMO












O alforge V8 cicloturismo é um equipamento próprio para o carregamento de cargas em viagem de bicicleta. O alforge tem todos os ajustes compatíveis de adaptação nos diversos modelos de bagageiros, tanto na fixação superior sobre o bagageiro e ajuste nas laterais, impedindo o deslizamento para o lado e para frente.
Na parte interna o alforge é constituído de uma placa rígida de EVA de 5mm, responsável pela apresentação estética. O cicloturista pode encontrar um bolso interno em cada compartimento, ideal para condicionar desde documentos e dinheiro até pequenas ferramentas.
O fechamento do alforje V8 cicloturismo acompanha a tendência da simplicidade sem perder a segurança e proteção dos objetos no interior. O sistema é similar aos encontrados nos sacos estanques de cannyoning, onde são realizadas dobras e clipaggem nas laterais.
Características gerais
· 100% cordura® 500
· Fechos de nylon
· Fitas de regulagem de nylon
· Velcro Ykk
· EVA de 5mm na parte posterior
Capacidade
Mínimo: 80 litros (40 litros cada bolsa)
Máximo: 100 litros
Tamanho padrão
40 x 28 x 20cm
Peso
1250 kg

terça-feira, 13 de maio de 2008

ESCOLHA UMA BARRACA


Existem vários modelos de barracas comercializadas no mercado atualmente, basta avaliar adequadamente qual será a condição de exposição da barraca durante a viagem (verão e inverno). Para o cicloturista que viaja duas vezes ao ano (julho-janeiro), recomendamos a aquisição de uma barraca de 4 estação, ou seja, os materiais envolvidos na confecção, são planejados tanto para as condições de calor, como frio. É claro que em condições extremas este tipo de barraca não vai propiciar conforto e segurança suficiente ao cicloturista. Para condições adversas e incomuns, tais como, campo de gelo e altitudes elevadas é sensato analisar uma barraca técnica para essas situações, ou até mesmo, específica para cada condição. Uma questão bastante importante está em relação as dimensões da barraca, se o dinheiro for curto, é interessante comprar uma barraca para duas pessoas, pois quando viajar sozinho, suas bagagens (alforges etc), estarão bem acomodadas no interior da barraca, entretanto, para viagens com duas pessoas, a barraca “poderá” ser ocupada pelos dois cicloturistas.
Outra característica importante esta vinculada ao peso. Em viagens de cicloturismo o peso transportado é muito importante ao bom ritmo de velocidade e conseqüentemente desenvolvimento de quilometragem. Preferencialmente escolha uma barraca com varetas de alumínio, elas são mais resistentes e duráveis quando comparadas as similares de fibra de vidro. Caso a vareta entorte, existe lojas que oferece varetas de alumínio para reposição, ou até mesmo com o fabricante, por isso também é relevante levantar com o revendedor a possibilidade de assitencia técnica da barracas e seus componentes.
A impermeabilidade da barraca é uma das coisas que diferem as ótimas das boas. Verifique antes de comprar as especificações do fabricante quanto a resistência em colunas d’agua da barraca, ou seja, a capacidade do tecido reter a água, antes de atravessá-lo.
Algumas barracas importadas também apresentam capacidade de reter a propagação de fogo pelo tecido especial, impedindo que a barraca inteira seja consumida pelo fogo, em caso de acidente.
Hoje no Brasil devido ao encolhimento da procura por esse tipo de produto e característica do nosso clima, as barracas são especificas para temperatura dos trópicos, porém existe marcas fabricas nos países vizinhos como, Argentina e Chile que poderão ser específicas as condições de turismo de aventura destes países.
Ao finalizar orientamos aos cicloturistas iniciantes a aquisição de um material que possa oferecer segurança e conforto durante a “hospedagem” e que seja de fácil transporte sem acarretar em carga adicional, lembrando também da durabilidade do produto em relação as viagens futuras.
Caso haja alguma dúvida, envie para discussão.
Boas pedaladas.

sábado, 10 de maio de 2008

Bouldering


Bouldering é um tipo de escalada em pequenas rochas ou paredes, utilizando apenas proteção de colchões. Para este esporte o objetivo é realizar a ascensão de forma mais tecnica possível. Quanto maior o tempo de pratica e dedicação a modalidade, igual será os riscos do desenvolvimento de lesões. Escaladores devem estar ciente dos fatores de risco e capacidade de intervir logo aos primeiros sinais e sintomas de lesão. A ciência do exercício tem procurado investigar a prevalência e incidência de lesões. Referindo as lesões e síndromes de uso em excesso em boulderers. O esporte parece ser mais seguro quando comparado a modalidade em ambiente natural. Analisar boulderers que procuram tomar medidas preventivas entre os grupos estudados, parece não apresentar resultados satisfatórios, pois ambos praticantes de escalada indoor e outdoor apresentaram associação as lesões nos dedos e nos tornozelos. Porém os estudos afirmam que praticar bouldering outdoor aumenta o risco de prejuízo aos dedos das mãos.
Medidas de prevenção devem ser adotadas desde os praticantes iniciantes, como técnicas de encordoamento de segurança e queda. As paredes e terreno deverão ser completamente cobertos com tapetes e colchões suficientes. Quanto aos escaladores mais experientes, devem reduzir a ascensão em vias mais técnicas, como a utilização de agarras pequena e distantes do corpo, bem como, rotações da perna, enquanto estiver sustentando pressão.

Vanderson Cleyton Nascimento

Profissional de Educação Física/Ergonomia do Trabalho

CREF: 008691 G/PR

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
1. JONES, G.; ASGHAR, A.; LLEWELLYN, D. J. The epidemiology of rock climbing injuries. Br J Sports Med. v. 7, dez, 2007.
2. STELZLE FD, GAULRAPP H, PFÖRRINGER W. Injuries and overuse syndromes due to rock climbing on artificial walls. Sportverletz Sportschaden. v. 14, n. 4, p. 128-33, dez, 2000.
3. WRIGHT, D. M.; ROYLE, T. J.; MARSHALL, T. Indoor rock climbing: who gets injured?
4. Br J Sports Med. v. 35, p. 6, p. 45, dez, 2001.


sexta-feira, 9 de maio de 2008

MORTE SÚBITA CARDIACA NA MONTANHA


MORTE SÚBITA CARDIACA - SUDDEN CARDIAC DEATH (SCD)

Os esportes de montanha vêm ganhando adeptos nos países emergentes. Especula-se que na EU existam uma elevada percentagem dos caminhantes e esquiadores adultos de meia idade 34-50 anos, com doenças cardiovasculares, mas pouco se sabe sobre a verdadeira freqüência de doenças cardiovasculares em esquiadores e montanhistas (FAULHABER et al., 2007)
O trekking e hiking está associado com a taxa de mortalidade de cerca de 4 mortes por 100000 caminhantes anualmente. Cerca de 50% de todas as mortes durante a caminhada montanha são mortes súbitas cardíacas ( BURTSCHER et al., 2007).
Morte súbita cardíaca é a principal causa de mortes em indivíduos do sexo masculino com mais de 34 anos de idade durante a caminhada ou descidas de montanhas (BURTSCHER et al., 2007).
A freqüência das doenças cardiovasculares é dependente a idade e maior relacionada nos homens. A hipertensão arterial é a principal doença cardiovascular em montanhistas. Todas as pessoas com doença arterial coronária com ou sem enfarto anterior do miocárdio e 79% das pessoas com doenças cardiovasculares, em geral, são do sexo masculino com idade superior a 40 anos (FAULHABER et al., 2007)
A prevalência de doenças cardiovasculares foi determinada por entrevista com 527 montanhistas e 785 esquiadores. Dois grupos (n = 35) realizaram hiking em baixa altitude (600 metros) e em grande altitude (2000 metros e 3500 metros). Hiking e esquiar em intensidade moderada resultam em moderada respostas cardiovasculares e metabólicas que também são bem tolerados por pessoas sem doenças cardiovasculares e respiratórias graves. O baixo condicionamento e o aumento da altitude e a intensidade aumenta do exercício, aumentam a probabilidade de crises cardiovasculares. Um elevado grau de aptidão, baseado especificidade da atividade restringe as respostas negativas e melhora a tolerância ao esforço físico (BURTSCHER et al., 2005)
Estas conclusões dos estudos pesquisados permitem identificar que os hikers com maior risco de marte súbita cardíaca é recomendado adotar medidas preventivas, como por exemplo, intervenções farmacológicas e adaptação específica na montanha. É também necessário oferecer treinamentos de reanimação cardio-pulmonar para todos os montanhistas.


REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
1. BURTSCHER, M. Risk of cardiovascular events during mountain activities. Adv Exp Med Biol. v. 618, p. 1-11, 2007.
2. BURTSCHER, M.; FAULHABER, M.; KORNEXL, E.; NACHBAUER, W. Cardiorespiratory and metabolic responses during mountain hiking and downhill skiing. Wien Med Wochenschr. v. 155, n. (7-8), p. 129-38, abr, 2005.
3. BURTSCHER, M.; PACHINGER, O.; SCHOCKE, M F.; ULMER, H. Risk factor profile for sudden cardiac death during mountain hiking. Int J Sports Med. v. 28, n. 7, p. 612-14, jul, 2007.
4. FAULHABER ,M.; FLATZ, M.; BURTSCHER, M. Frequency of cardiovascular diseases among ski mountaineers in the Austrian Alps. Int J Sports Med. v. 28, n. 1, p. 78-81, jan, 2007.
5. FAULHABER, M.; FLATZ, M.; GATTERER, H.; SCHOBERSBERGER, W.; BURTSCHER, M. Prevalence of cardiovascular diseases among alpine skiers and hikers in the Austrian Alps. High Alt Med Biol. v. 8, n. 3, p. 245-52, 2007.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

BTT- CORRIDA DE ORIENTAÇÃO

Orientação é um desporto individual que tem como objetivo percorrer uma determinada distância em terreno variado e desconhecido, obrigando o atleta a passar obrigatoriamente por determinados pontos no terreno (postos de controle) e descritos num mapa distribuído a cada concorrente. A finalidade deste estudo foi investigar os efeitos dos sistemas de suspensão no estresse muscular, gasto energético e o tempo de julgamento no desempenho de BTT. Foram testados três sistemas de suspensão, uma estrutura rígida bicicleta (RIG), uma suspensão no garfo da bicicleta (FS), e uma bicicleta full suspension com suspensão dianteira (FSR). Os ciclistas pesquisados apresentaram menor estresse muscular, indicado após período de descanso (24 h) e freqüência cardíaca, quando pedalam com FS e FSR. Apesar da FS e FSR pesar entre 0,7 e 2,2 kg a mais do que a bicicleta rígida, não foram observadas diferenças para o dispêndio energético e a pedalada com a FS quando pilotando em cross country resultando na finalização mais rápida em comparação a bicicleta FSR ou rígida.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
SEIFERT, J. G.; LUETKEMEIER, M. J.; SPENCER, M. K.; MILLER, D.; BURKE, E. R. The effects of mountain bike suspension systems on energy expenditure, physical exertion, and time trial performance during mountain bicycling. Int J Sports Med. v. 18, n. 3, p. 197-200, abr, 1997.

domingo, 4 de maio de 2008

BACKPACK: Aspectos biomecânicos, fisiológicos e ergonômicos durante o transporte de cargas



As mochilas representam versatilidade para inúmeras situações de uso tanto no trabalho, escolas e atividades recreativas, sendo amplamente adotada em várias culturas como maneira de transportar cargas. O objetivo deste trabalho de revisão, foi levantar informações acerca do carregamento de cargas em mochila pelos adultos, especificamente militares, estudantes universitários e montanhistas. A revisão sistemática da literatura foi realizada a partir das bases de dados on line Medline, Pubmed, Science Direct, Google Scholar, Highwire e Schielo, utilizando palavras chaves relacionadas ao tema. Carregar cargas em mochilas acima do peso recomendado por um período longo e com velocidade elevada da caminhada, desenvolvem alterações no custo energético, mecânica da locomoção e aumento nas forças internas exercidas nos discos intervetebrais e vertebras da coluna . A habilidade e capacidade física dos usuários parece ser um fator determinante no desenvolvimento de dores nas costas durante o uso da mochila. As mochilas com duplo apoio e MOLLE (Modular Lightweight Load Carrying Equipment) continuam sendo sugeridas como forma de minimizar os efeitos da carga na coluna, porém esses equipamentos não são unanimidade entre os pesquisadores, pois carece de dados mais precisos sobre os reais benefícios do uso. O fator diretamente atacada pelas pesquisas, esta relatada ao volume de peso transportado pelos militares e montanhistas, de acordo com essas pesquisas, aconselham a colocação da carga próxima ao corpo L5 e S1 e sustentado por alças complementares para distribuição do peso ao quadril. Conclui-se ao final desse trabalho, realização de estudos mais aprofundados e específicos com modelos de mochilas double pack e MOLLE conforme propostas dos estudos realizados com militares levando em consideração o terreno e tempo de caminhada.

Palavras chaves: mochilas, dispêndio energético, condicionamento físico, andar, coluna vertebral, carregamento de cargas, cinemática, cinética e ergonomia.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
NASCIMENTO, V. C. Fatores Biomecânicos, Fisiológicos e Ergonômicos do carregamento de cargas em mochilas: Revisão de literatura. Trabalho de conclusão de curso de Especialização em Ergonomia. UFPR, 2007.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

OVERTRAINING NO CICLOTURISMO


O cicloturismo tem como foco principal realizar visitas em regiões urbanas ou paisagens naturais, com objetivo de desfrutar dos contatos sociais, gastronomia e cultura e para isto, utiliza-se de bicicleta para viagens e passeios.
Durante as longas viagens de bicicleta existem diversas dificuldades de transito que desencadeiam enorme esforço e às vezes classificados de “sobre” humano. Em diferentes condições, o corpo é exposto a consideráveis situações de sobrecarga fisiológica, seja em aclives, declives, ar rarefeito, frio e calor intenso. Na falta de referencial especifico para o cicloturismo analisamos como base a atividade dos ciclistas de montanha, que gastam a maior parte do seu esforço lutando contra a gravidade, circunstância similar a encontrada pelos cicloturistas durante trafego em estradas de pavimento irregular e transportando os equipamentos e alforges (traseiros e dianteiros). As condições também podem ser agravadas em conseqüência da umidade, fatores emocionais e os aspectos de saúde e alimentação no momento.
A viagem de cicloturismo costuma ser desenvolvida em média por períodos de dois dias, na maioria das vezes aos finais de semana, onde às horas ao final da jornada ficam em torno de 4-6 horas em média de deslocamento.
No entanto as viagens longas de bicicletas são comuns entre os cicloturistas, essas viagens chegam a durar semanas, meses e anos, nessas ocasiões os cicloturistas chegam a percorrer continentes inteiros em condições ambientais diferenciadas. A capacidade de realizar uma viagem de cicloturismo esta relacionada a dois princípios biológicos, a individualidade e a sobrecarga. A individualidade biológica representa a forma como ocorrem as respostas diferentes nos indivíduos em relação à mesma exposição da viagem. Enquanto a sobrecarga descreve a adaptação do sistema corporal em virtude da demanda crescente de carga, freqüência e tempo, e que podem agir simultaneamente ou de forma única entre os fatores.
De modo prático, a manutenção do ritmo de um grupo de cicloturistas depende da condição física de todos, seja com faixa etária, gênero, condicionamento fisico diferente, pode haver ocorrencia de queixa devido cansaço demasiado, seja pela intensidade submáxima aos individuos mais aptos ou máxima àqueles praticantes inclusos nos fatores descritos acima no texto.
Teoricamente o overtraining pode estar relacionado, principalmente a praticantes inexperientes, em conseqüência da falta de preparação física mínima, enquanto os demais praticantes, são acometidos possivelmente devido a restrição adequada de alimentos saudáveis, falta de conhecimento ou planejamento da nutrição complementar ou até mesmo baixa poder aquisitivo para compra de alimentos adequados.
O overtraining pode ser definido como sendo a condição na qual as pessoas apresentam decréscimo do desempenho, apesar do treinamento ou esforço ser continuado ou até mesmo aumentado. Após semanas pedalando bem, com força e resistência, inexplicavelmente a condição fisica do cicloturista começa a apresentar fadiga intensa e falta de recuperação, refletindo na reduzir a quilometragem, velocidade e força para atingir o objetivo diário da viagem.
Os relatos e experiências empíricas coletadas entre os praticantes dessa modalidade sugerem supostamente a possibilidade de haver ocorrências comuns do overtraining no decorrer da viagem. Especificamente na atividade, pode ocorrer redução da quilometragem mesmo em boas condições, dificuldade de repouso e sono, mudanças bruscas de comportamento e maior índice no número de gripes, resfriados e infecções gastrointestinais.
As capacidades físicas do cicloturista devem ser trabalhadas abordando tanto exercícios específicos como os gerais. Os exercícios específicos devem apontar para o implemento da produção de força e resistência muscular localizada dos braços, tronco e pernas, além da prática de alongamentos. As atividades aeróbicas devem priorizar a capacidade submáxima aeróbia, entre 40-60% do Vo2máx entre 60 e 70% da freqüência cardíaca máx. Durante a viagem deve ser utilizados ciclocomputadores para auxilio e mensuração da distancia, tempo e velocidade. Esses dados são importantes para o planejamento futuro e contínuo da viagem quanto adoção de paradas para alimentação e repouso. Os aparelhos de telemetria cardíaca são ótimos instrumentos de uso para o acompanhamento do esforço físico durante a viagem, como por exemplo, determinação da freqüência cardíaca média, máxima e zona alvo de esforço.
A nutrição no decorrer da viagem deve ser balanceada para promover boas condições de fornecimento de energia durante a atividade e o repouso. Os nutrientes mais comuns são conhecidos através de sua composição e devem estar presentes em todas as refeições, os açucares e amido (carboidratos), os aminoácidos (proteínas) e as ácidos graxos livres (gorduras).
O complemento alimentar também poderá contribuir na recuperação da fadiga e restauração muscular. Existem no mercado vários produtos de nutrição esportiva com objetivo de fornecer especificamente de energia a baixo custo metabólico gastrointestinal (maltodextrina, frutose e dextrina), reconstituição muscular (BCAA) e oferta de sais minerais (cálcio e sódio).
Para melhor esclarecimento no assunto é recomendado o auxilio de uma nutricionista especializada em nutrição esportiva, responsável em planejar as quantidades e substancias favoráveis para o cicloturista.
Os cuidados são intensificados durante as viagens solo, em virtude da própria condição de exposição. As pausas de dias em casos mais extremos de fadiga e problemas gastrointestinais devem ser utilizadas como forma de recuperação do corpo. Durante o planejamento o cicloturista sugestivamente terá que apontar roteiros priorizados para repouso e alimentação adequada em conseqüência das condições ambientais da atividade.
A viagem de cicloturismo deve ser encarada de forma prazerosa de estar praticando a atividade física em ambiente natural, ao contrário do comportamento extremo por viagem com grande sobrecarga física, estas deverão sempre, ser realizada mediante um bom planejamento. Encontrar um ritmo confortável de pedalada e fazer paradas destinadas aos descansos e as fotos, são aconselháveis para redução da temperatura corporal, hidratação e reposição alimentar.
Os sintomas deverão ser monitorados com responsabilidade, afim de não expor o corpo a situações ainda mais agravantes e prejudiciais ao organismo, enquanto as medidas de controle de overtraining no cicloturismo têm papel fundamental durante a viagem e deverão ser compreendidas pelos praticantes, com maior interesse.

Vanderson Cleyton
Profissional de Educação Fisica/Ergonomia
CREF 008691 G/PR


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DAUTY, M.; LOUVET, S.; POTIRON-JOSSE, M.; DUBOIS, C. Detraining and retraining after injury in a high-level cyclist. Ann Readapt Med Phys. v. 48, n. 8, p93-100, mar, 2005.
Faria, E. W.; Parker, D. L.; Faria, I. E. The science of cycling: physiology and training - part 1. Sports Med. v. 35, p. 4, p. 285-312, 2005.
FERNÁNDEZ-GARCÍA B, PÉREZ-LANDALUCE J, RODRÍGUEZ-ALONSO M, TERRADOS N. Intensity of exercise during road race pro-cycling competition. Med Sci Sports Exerc. v. 32, n. 5, p. 1002-6, 2000.
LAURSEN, P. B.; SHING, C. M.; PEAKE, J. M.; COOMBES, J. S.; JENKINS, D. G. Interval training program optimization in highly trained endurance cyclists. Med Sci Sports Exerc. v. 34, n. 11, p. 1801-7, nov, 2002.
NEUMAYR, G.; PFISTER, R.; MITTERBAUER, G.; GAENZER, H.; STURM, W.; EIBL, G.; HOERTNAGL, H. Exercise intensity of cycle-touring events. Int J Sports Med. v. 23, n. 7, p. 505-9, out, 2002.
NOAKES, T. D. The limits of human endurance: what is the greatest endurance performance of all time? Which factors regulate performance at extreme altitude? Adv Exp Med Biol. v. 618, p. 255-76, 2007.
STAPELFELDT, B.; SCHWIRTZ, A.; SCHUMACHER, Y. O.; HILLEBRECHT, M. Workload demands in mountain bike racing. Int J Sports Med. v. 25, n. 4, p. 294-300, mai, 2004.
WEISS, B, D. Nontraumatic injuries in amateur long distance bicyclists. Am J Sports Med. v. 13, n. 3, p. 187-92 mai-jun, 1985.
WILBER, C. A.; HOLLAND, G. J.; MADISON, R. E.; LOY, S. F. An epidemiological analysis of overuse injuries among recreational cyclists. Int J Sports Med. v. 16, n. 3, p. 201-6, abr, 1995.
IMPELLIZZERI, F. M.; MARCORA, S. M. The physiology of mountain biking. Sports Med. v. 37, n1, p. 59-71, 2007.